Runet: Na passada segunda-feira, o governo russo anunciou ter conseguido “desligar” a Rússia da world wide web.

Segundo declarações de Alexey Sokolov, chefe-adjunto do Ministério das Comunicações russo. Os testes decorreram como planejado: “Os resultados do exercício mostram que, em geral, tanto as autoridades como os operadores de telecomunicações estão preparados para responder efectivamente a novos riscos e ameaças. Para assegurar o funcionamento estável tanto da internet como da rede unificada de telecomunicações da Federação Russa.”

Mas o que é que isso significa exatamente?

Significa que o governo russo, à semelhança da China e do Irã, quer criar uma espécie de “intranet russa”.Como se tratasse da rede interna de uma empresa, só que estamos a falar de um país (e um que ocupa quase um continente inteiro!) e criar uma internet russa significa tentar controlar a informação a que os cidadãos russos têm acesso.

Ainda antes de haver luz verde para os testes, o Kremlin aprovou a “lei da soberania da internet”. Essa lei permite ao Estado Russo “desligar” o país do resto da internet com base em “razões de segurança nacional”. Quando estas razões são invocadas, todos os IPs (internet service providers) têm de redireccionar o tráfego através de checkpoints estratégicos sob a alçada do Ministério das Comunicações.

Os peritos duvidam que, apesar do sucesso dos testes, a Rússia consiga implementar esta rede doméstica completamente isolada. Já no passado, tinha enfrentado algumas dificuldades a tentar impedir que os russos usassem a aplicação Telegram. (aplicação de mensagens cloud-based e que encripta as mensagens que os utilizadores trocam).

E para que esta “intranet” funcione é necessário que todos os IPs colaborem com o governo. Claro que os operadores detidos pelo Estado não deverão opor-se, mas o mesmo não será de esperar dos operadores privados ou das empresas estrangeiras que operam na Rússia.

A Rússia já tinha mostrado intenções de criar a sua própria Wikipédia e acabou de aprovar uma lei que irá proibir a venda de smartphones que não tenham software russo pré-instalado.

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